O primeiro stent totalmente brasileiro foi desenvolvido pelo Dr. Spero Morato, Diretor da LaserTools e também sócio-diretor da Innovatech Medical, responsável pela produção e comercialização dos stents.
A Innovatech Medical, assim como como no começo da história da LaserTools, está abrigada no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), onde desde de 2003 o Dr. Spero estuda o desenvolvimento destes dispositos utilizados em tratamentos de cardíacos.
O Stent produzido pela Innovatech Medical tem parceria com a Scitech Medical, de Goiânia (GO), especializada na fabricação e distribuição de dispositivos médicos invasivos para as áreas de cardiologia, radiologia, neurologia, oncologia e endoscopia, e recebeu o nome de Cronus.
Para sua produção, um tubo metálico feito da liga de cromo e cobalto recebe cortes a laser do para formação da malha característica do stent. Esse tubo, de 1,6 mm ou 1,8 mm de diâmetro, é submetido a um feixe de laser controlado por um equipamento dotado da técnica conhecida como Comando Numérico Computadorizado (CNC), que faz a usinagem controlada da peça metálica de acordo com um molde digital. Essa máquina gera um movimento circular e de translação do tubo, conferindo o formato final do stent, similar a uma mola. Ao sair do aparelho, a peça, já com sua aparência definitiva, passa por uma decapagem para retirada da oxidação superficial surgida durante o corte a laser. A decapagem é executada por meio de um banho ácido. Em seguida, o stent sofre um tratamento térmico de alto vácuo para alívio das tensões e ajuste do tamanho dos grãos da liga. Com isso, ele adquire características mecânicas apropriadas, como flexibilidade e expansibilidade. A eficácia do tratamento térmico é verificada com auxílio de microscopia eletrônica, que possibilita a análise da morfologia e estrutura do stent.
A etapa posterior consiste de um eletropolimento ou polimento eletroquímico com a finalidade de executar um ajuste dimensional das hastes que formam a malha do stent e deixar a superfície polida. Uma rigorosa inspeção é realizada ao final de cada etapa, bem como ao término do processo. Com auxílio de um aparelho que amplia em dezenas de vezes o tamanho do stent, os técnicos da Innovatech promovem uma avaliação dimensional de cada peça certificando-se que estão no tamanho desejado. Finalmente, o stent é esterilizado e enviado para a Scitech, em Goiânia, para finalização da montagem do cateter-balão. Em seguida, está pronto para ser implantado ou recoberto por uma camada do fármaco antirreestenose.
A capacidade atual de produção do Cronus é de 600 peças por mês, mas a meta é chegar a 15 mil unidades por ano e, assim, conquistar 15% do mercado nacional. Esse objetivo será atingido com a ampliação da capacidade produtiva da Innovatech, com a aquisição de novos equipamentos. A Edição 173, do mês de julho da revista Fapesp publicou uma reportagem sobre o Cronus, e traz mais informações sobre esta grade descoberta.
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